A corrida por mesas VIP, torneios de poker e grandes prêmios não acabou — ela só mudou de rota. Enquanto os apostadores profissionais ainda buscam destinos que concentram liquidez, privacidade e estrutura (hotéis, salas VIP, torneios ao vivo), a explosão das apostas eletrônicas pelo celular reconfigurou hábitos,vidos de renda e o papel dos cassinos físicos. Abaixo, um panorama dos destinos mais procurados na América do Sul e no mundo — e uma análise sobre o impacto do mobile betting nos cassinos tradicionais.
Onde os profissionais da aposta vão na América do Sul
Na região, os destinos mais relevantes combinam turismo, regulação permissiva e grandes casas de jogo.
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Punta del Este (Uruguai) — O resort-cassino Enjoy (ex-Conrad) é referência para high rollers e torneios na temporada de verão: infraestrutura hoteleira, mesas de limite alto e eventos internacionais atraem jogadores de todo o continente. Isso transformou Punta del Este num dos polos de cassino mais conhecidos da América do Sul.
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Rivera (Uruguai) — fronteira com o Brasil — A cidade-fronteira e seus resorts-cassino (voltados, inclusive, para público brasileiro) são uma alternativa prática para quem sai do sul do Brasil em busca de jogos de mesa e slots em ambiente legalizado e próximo.
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Outros polos regionais — Embora não exista na América do Sul um “Las Vegas” equivalente, capitais como Buenos Aires e certas cidades costeiras reúnem competições de poker e circuitos regionais que também atraem profissionais, sobretudo fora da temporada turística.
Os destinos globais que continuam a ditar o ritmo
Para quem joga em outra escala (ou procura cash games e mesas VIP realmente volumosas), alguns mercados continuam imbatíveis:
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Macau — considerado o maior mercado de casino do mundo em termos de receita e um destino obrigatório para high rollers asiáticos e internacionais; segue à frente de Las Vegas em volume de jogo.
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Las Vegas, Monte Carlo e Cingapura — centros históricos e contemporâneos de turismo de jogos: Las Vegas mantém apelo de convenções e cash games, Monte Carlo o glamour, e Cingapura (Marina Bay Sands) combina infraestrutura de luxo com mesas de alto limite.
Por que esses destinos ainda interessam a profissionais?
Profissionais buscam três coisas que só alguns lugares entregam em conjunto: profundidade de mercado (muitos jogadores, muita ação), limites altos / mesas privadas e infraestrutura (hotéis, transporte, segurança e discrição). Além disso, eventos sazonais (circuitos de poker, torneios) são pontos de encontro onde estratégias e cash flow se transferem rapidamente entre jogadores.
As apostas móveis (pelo celular) afetaram os cassinos físicos?
Resposta curta: sim — mas o efeito é complexo. A digitalização recuou parte do público casual das mesas, impulsionou receita em canais remotos e forçou cassinos físicos a se reposicionar — não apenas perderam clientes, mas também ganharam novas ferramentas e segmentos. Veja como:
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Crescimento massivo do iGaming e do mobile — Relatórios setoriais mostram crescimento acelerado do mercado de apostas online e do uso mobile como canal dominante para apostas esportivas e slots virtuais; estimativas de mercado projetam crescimento contínuo do segmento digital. Isso ampliou o universo de apostadores além dos frequentadores de cassinos.
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Efeito sobre a receita presencial: deslocamento parcial e diversificação — Estudos e relatórios especializados indicam que iGaming tende a redistribuir parte da receita de estabelecimentos físicos (alguns territórios veem queda em receita de salas físicas), mas o impacto varia conforme a maturidade do mercado, regulação e oferta integrada (casinos que abraçam plataformas online costumam compensar perdas). Organizações do setor já publicaram análises que relacionam a expansão do iGaming com mudanças na composição da receita de casinos.
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Mudanças de comportamento — profissionais vs. recreativos — Jogadores casuais migraram com facilidade para apps. Profissionais, no entanto, continuam a valorizar mesas ao vivo por fatores como leitura do adversário, controlabilidade das apostas e acesso a mesas de alto limite/privadas que muitas vezes não têm “match” online. Ao mesmo tempo, muitos profissionais usam plataformas online para trabalhar bankroll, testar estratégias e até para partidas sit-and-go em horários off-peak. Pesquisas acadêmicas apontam que experiência prévia em jogos online facilita a migração entre meios e altera padrões de consumo.
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Resposta dos cassinos físicos — Para competir, casas tradicionais investem em:
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Experiência: gastronomia, shows, serviços VIP, que o mobile não oferece.
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Omnicanalidade: integração de programas de fidelidade, apps próprios, “live dealer” (transmissão de mesas reais para o online).
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Regulação e tributação: em mercados regulados, cassinos físicos e operadoras online convivem com regras que definem limites e beneficiam (ou prejudicam) cada modelo. Essas estratégias visam manter relevância e receita.
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Impactos econômicos e sociais que merecem atenção
A expansão das apostas online trouxe debates sobre deslocamento de consumo (dinheiro que antes circulava no comércio local hoje vai para plataformas digitais), saúde pública (acesso fácil aumenta riscos de jogo problemático) e tributação (como tributar ativos digitais e operadores offshore). Relatórios do setor e estudos econômicos apontam ambos — ganhos de eficiência e riscos econômicos — dependendo do arcabouço regulatório.
Caso Brasil: perto de abrir o mercado — e o que isso pode significar
No Brasil, o debate sobre legalização de cassinos e bingos avançou nos últimos anos — com propostas em tramitação no Congresso, aprovações em comissões e adiamentos em plenário — o que pode transformar fluxos de turismo e apostas na região e alterar a rota de apostadores brasileiros (hoje frequentes em Rivera, Punta del Este etc.). A eventual regulação doméstica abriria o mercado interno para grandes investimentos e competiria com casas fronteiriças.
O que os apostadores profissionais devem observar agora
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Regulação local: impostos, limites e controles KYC/AML afetam rentabilidade.
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Profundidade de mesa: maior liquidez significa melhores estruturas de rake e possibilidade de jogos lucrativos.
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Custos complementares: hospedagem, câmbio, privacidade e estrutura de suporte (advogados, agentes).
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Omnicanalidade: saber combinar online e ao vivo para gestão de banca e oportunidades de arbitragem.
Os grandes clubes físicos de jogo continuam a exercer um magnetismo importante — especialmente para apostadores profissionais que dependem de mesas de alto limite, privacidade e eventos ao vivo —, mas o crescimento inexorável das apostas via celular redesenhou o mapa: hoje existe uma coexistência dinâmica entre iGaming (mobilidade, escala) e cassinos presenciais (experiência, mesas VIP). Para quem aposta profissionalmente, o melhor cenário é entender ambos os mundos e escolher destinos que ofereçam vantagens regulatórias, operacionais e logísticas — seja o glamour de Macau, a variedade de Las Vegas ou os bolsões regionais como Punta del Este e Rivera
Imagem gerada por IA